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Café: consumidores voltam a pagar mais nos supermercados – 18/09/2025 – Vaivém

Café: consumidores voltam a pagar mais nos supermercados - 18/09/2025 - Vaivém

A esperada queda nos preços do café para o consumidor, devido ao tarifaço americano, não ocorreu. Os preços, que vinham em queda por oito semanas seguidas nos supermercados, voltaram a subir, segundo acompanhamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

A queda nos supermercados, iniciada em julho, ocorria devido à maior oferta de café, conforme a colheita avançava no Brasil. Em agosto, no entanto, os preços praticados no campo retomaram tendência de alta, fechando com elevação de 28% no tipo arábica e com 49% no conilon, segundo o Cepea (Cento de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Gil Barabach, no programa “Conversa com o Analista”, de Lessandro Carvalho, da Agência Safras & Mercado, destaca dois pontos principais para essa alta. Primeiro, o fim da colheita de café arábica no Brasil mostrou que a produtividade não atingiu o esperado. Isso levou o produtor a ser mais restritivo nas vendas.

Segundo, após o tarifaço de Donald Trump, houve uma maior agressividade das indústrias americanas na compra de café fora do Brasil, o que elevou os preços dessa commodity nas Bolsas internacionais. O café voltou para os maiores patamares em sete meses no mercado externo.

Quanto aos valores a partir de agora, há mais incertezas do que certezas, diz Barabach. Taxa de juros, câmbio, volume de chuvas nesse período de florada, estoques de arábica e efeito das geadas em algumas regiões produtoras no Brasil sobre a safra de 2026 vão determinar os preços nos próximos meses. O momento é favorável para o produtor, diz o analista.

O café arábica, que estava em R$ 2.769 por saca em fevereiro, recuou para até R$ 1.682 em julho, mas voltou a subir, e está em R$ 2.359 nesta semana, segundo o Cepea. O robusta saiu de R$ 2.100, no início do ano, para R$ 976 em julho, mas agora está em R$ 1.476.

As exportações brasileiras voltaram com força nas duas primeiras semanas deste mês, embora ainda inferiores às de igual período do ano passado. Em julho, prestes a entrar em vigor as tarifas dos Estados Unidos, o Brasil colocou uma média de 7.002 toneladas de café por dia útil no mercado internacional. Em agosto, já com as taxas vigentes nos Estados Unidos, as exportações totais brasileiras recuaram para 6.456 toneladas por dia útil, volume que subiu para 8.423 toneladas nas duas primeiras semanas de setembro. Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

As receitas diárias com as exportações subiram de US$ 40,1 milhões por dia útil, em agosto, para US$ 50,1 milhões na média deste mês. À medida que as indústrias americanas, pressionadas pela elevação dos preços do café brasileiro, que passou a sofrer uma tarifa de 50%, foram para outros mercados, puxaram os preços internacionais, com reflexos também no Brasil.

Dados deste mês da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a safra de café arábica caiu para 35,2 milhões de sacas neste ano, 11% abaixo do volume da anterior. Já a produção de conilon se recuperou, subindo para 20,1 milhões de sacas, uma alta de 37% sobre 2024.

Com o fim da safra no Brasil, a oferta de café fica mais reduzida no mercado internacional, uma vez que a produção de conilon do Vietnã só aparecerá em volumes maiores nos últimos meses do ano.

O Brasil é o maior produtor mundial de café arábica, e o Vietnã tem a liderança no café conilon, com produção próxima dos 30 milhões de sacas por ano.

Novos custos A política dos Estados Unidos de enviar de volta para seus países os imigrantes sem documentos legalizados está custando caro para a agropecuária. Alguns setores já oferecem US$ 20 (R$ 106) por hora para os trabalhadores, mas nem sempre encontram pessoas dispostas a exercer as atividades no campo.

Desalcoolizado De olho no crescimento do número de pessoas que evitam o consumo de bebidas com álcool, seja por motivos religiosos ou por opção de uma vida mais saudável, a Cooperativa Vinícola Aurora lança no mercado, em outubro, três opções de produtos desalcoolizados.

Desalcoolizado 2 São dois rótulos tintos à base de vinho Cabernet Sauvignon, nas versões adoçado e não adoçado, e um branco à base de vinho Chardonnay. Para Rodrigo Valerio, diretor de marketing da Aurora, esse tipo de bebida é inclusiva, pois permite que todos participem de brindes e de celebrações.

Desalcoolizado 3 As bebidas desalcoolizadas da Aurora são originadas a partir de um vinho que passa por um processo de aquecimento e evaporação do álcool, explica Christian Bernardi, enólogo da vinícola e responsável pelo projeto. A tecnologia utilizada foi desenvolvida dentro da própria vinícola e utiliza controle de temperatura e pressão, o que permite a recuperação de aromas originais do vinho, segundo o enólogo.



Fonte ==> Folha SP

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